terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Moradores procuram animais após despejo no Pinheirinho, em São José

Moradores que tiveram que deixar às pressas suas casas no terreno do Pinheirinho, em São José dos Campos, desocupado no domingo (22), deixaram não apenas roupas, documentos e móveis para trás. Em alguns casos, a pressa foi tanta que animais de estimação ficaram nas casas. Há relatos de moradores que não conseguiram mais encontrá-los, e nas ruas onde ficavam os imóveis era possível ver diversos animais perdidos, buscando seus donos nesta terça-feira (24). 

O motorista Reginaldo dos Santos, de 34 anos, não conseguiu retirar seu cachorro. "Deixei meu pitbull preso na corrente com comida no domingo, quando saí de casa. Me falaram que eu poderia deixá-lo que não iriam mexer com ele. Voltei e o Taurus não está mais lá. Levaram o meu cachorro embora", afirmou. "Estamos alojados na igreja aqui perto. Fui buscar meu cachorro porque meu filho está ficando doente sem ele. Não para mais de chorar", contou Santos, que promete entrar com uma ação contra o Estado caso não encontre seu cachorro. 

Credito: Juliana Cardilli/G1
Donos tentam reencontrar seus animais nesta terça-feira
Na manhã desta terça-feira (24), dois dias após o início da desocupação, a equipe de reportagem do G1 viu diversos cães, gatos e até uma galinha perdidos em meio os escombros das casas. A Polícia Militar iniciou a demolição dos imóveis nesta segunda-feira (23), e nesta terça muitos moradores ainda retiravam os móveis de suas casas. Em meio a tudo isso, os animais passeavam perdidos pelas ruas. 

Alguns se abrigavam nas sombras das casas ainda de pé. Um cachorro seguiu a reportagem por um bom tempo após ser fotografado. Outro, entretanto, fugiu com o primeiro sinal de aproximação. Em um dos imóveis ainda de pé, dois gatos brincavam. No quintal de uma casa, foi possível ver uma galinha. Nas ruas do lado de fora do Pinheirinho também há muitos cães, principalmente, vagando pelas ruas. 

Credito: Juliana Cardilli/G1
Famílias estão sendo autorizadas a voltar a terreno para pegar móveis e procurar animais de estimação
A auxiliar de limpeza Graça Alves foi outra que, na pressa, não conseguiu pegar seus animais. “Pegaram a gente de surpresa, foi um terror. Meu papagaio que estava há 18 anos comigo ficou para trás, meus três cachorros. Eu nem consegui dormir, ninguém dormiu”, contou ela, que passou a primeira noite fora de casa em uma igreja que acolheu as famílias. Ela iria tentar nesta terça voltar a sua casa para reencontrar seus animais. 

Moradores de região afirmaram nesta segunda que havia equipes do Centro de Controle de Zoonoses da cidade circulando pela região para recolher os animais. Entretanto, nesta manhã, pessoas que trabalhavam na remoção dos móveis das casas afirmaram que não viram animais sendo recolhidos. 

Um assessor da Prefeitura de São José dos Campos informou que algumas famílias foram autorizadas, sempre acompanhadas pela PM, a entrar no Pinheirinho no final da tarde para resgatar seus animais de estimação. 

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