O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira (23) que pretende assistir às imagens gravadas da ação de reintegração de posse da área conhecida como Pinheirinho, ocorrida neste domingo (22) em São José dos Campos, no interior de São Paulo. A ideia é analisar se houve excesso de força por parte da Polícia Militar durante a ação.
“O excesso de força sempre é avaliado. A operação foi acompanhada por um juiz de direito presente todo o tempo, o doutor Rodrigo Capez, representando o Tribunal de Justiça de São Paulo. Toda a operação foi filmada, documentada. Agora vamos avaliar também”, disse o governador durante evento na Zona Sul de São Paulo nesta segunda-feira.
Questionado diretamente se, em sua opinião, houve ou não o excesso de força por parte da polícia, ele disse que, em princípio, não tinha observado problemas. “Acontece que não é uma tarefa simples, mas a polícia tem de cumprir a ordem judicial, que era a desapropriação”, afirma.
"O governo não tem essa opção de atender ou não [uma ordem judicial], caso contrário não precisaria ter Justiça. A decisão é uma decisão judicial, que a polícia é requisitada para fazer a execução [do processo de reintegração de posse]. O que que nós vamos fazer é junto com a Prefeitura [de São José], e tenho a certeza de que o Governo federal também vai ajudar, é tratar da questão social. A Prefeitura já está cadastrando todas as famílias, elas estão tendo todo o abrigamento e as famílias serão por nós amparadas.”
Alckmin conta que, agora, aguarda o término do cadastramentos voluntário realizado pela Prefeitura de São José dos Campos para definir como pretende auxiliar o governo local com o trabalho de realocação dos desalojados.
Moradores retirados da área invadida conhecida como Pinheirinho voltaram a enfrentar a Polícia Militar na manhã desta segunda-feira (23). Durante a madrugada, uma ambulância, uma escola e um posto de saúde foram incendiados, segundo a PM. Dez ônibus com policiais foram enviados para reforçar a segurança na área. Neste domingo, a PM cumpriu ordem de reintegração de posse no Pinheirinho. Segundo a PM, 30 pessoas foram levadas à delegacia desde o início da operação e cinco permaneciam presas nesta manhã.
Nesta manhã, os manifestantes jogaram bombas, pedras e pedaços de paus contra a PM, que revidou com tiros de bala de borracha. Pelo menos uma pessoa ficou ferida. Segundo o coronel Manoel Messias Mello, que coordena a operação, o tumulto começou após os manifestantes segurarem um guarda municipal que estava a caminho do trabalho.
Segundo o coronel, foi necessário usar balas de borracha e bombas de efeito moral para garantir a integridade física do guarda. Ele considerou a retirada dos moradores da área invadida como "pacífica". Segundo o coronel, foram apreendidos um carro roubado, drogas, arma e três foragidos da Justiça foram capturados desde domingo.
Cerca de cem pessoas faziam um protesto contra a reintegração de posse em frente ao Palácio dos Bandeirantes, na Avenida do Morumbi, na Zona Sul de Paulo, por volta das 12h desta segunda-feira (23).
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